Artista manauara lança clipe e game com releitura feminista e LGBT+ de Super Mario Bros
DEAMAZÔNIA MANAUS, AM – A cantora manauara Olivia de Amores lançará nos próximos dias o seu primeiro disco. Todas as faixas terão clipes dirigidos por ela, e o disco é todo pessoal e memorialista. E sua nova música acaba de chegar de um modo muito diferente: além do clipe, a faixa é um game para celulares. Chamado Super Maria Sis, o jogo é uma versão meio paródia, meio homenagem do clássico Mário, porém nesse game, o assunto é bem mais sério. Além de resgatar sua princesa, o objetivo do jogo é vencer os obstáculos ao amor que não são poucos.
Em um visual bem familiar surge a protagonista do jogo, Maria, uma mulher negra e lésbica, que é incumbida da missão de resgatar a princesa amada. Para tanto, ela precisa enfrentar várias fases, combatendo machismo, preconceitos, homofobia e estigmas sociais. Essa é a proposta do game “Super Maria Sis”, referência ao clássico Super Mario Bros que é lançado para plataformas mobile e como clipe para o single “Só Vamo”.
Um dos destaques da nova cena musical amazonense, Olívia se prepara para lançar seu primeiro álbum e antecipa o disco com esse projeto multimídia. O jogo, idealizado pela artista, é composto por diversos desafios com intensidades e mecanismos reformulados, o preconceito vivido por negros, mulheres, homossexuais, inclusive o machismo que ainda mata mulheres, uma constante da história mais antiga até os dias de hoje.

Cantora Olivia de Amores (Foto: Bruno Belchior)
“O game tem relevância no contexto atual em que, ao passo que ganhamos mecanismos de combate à homofobia, machismo e racismo, pessoas ainda morrem ou têm suas vidas afetadas pelo preconceito. A sociedade precisa acompanhar essa evolução e a cultura é um instrumento de mudanças profundas nas subjetividades das pessoas. Arte muda a percepção das pessoas quanto o que é ‘certo’, ‘bonito’. ‘Super Maria Sis’ traz o protagonismo para uma mulher negra lésbica, uma personagem que está inserida em várias intersecções de vulnerabilidade e, de forma heroica, consegue tirar a princesa de perigo, superando seus próprios medos”, conta Olívia, ela mesmo uma mulher negra e lésbica com muito orgulho.
Empunhando sua guitarra, Olívia de Amores faz um som ao mesmo tempo delicado e sujo, com reflexões memorialistas e temáticas urbanas refletindo uma nova juventude amazonense. Olívia é multi-artista manauara e atualmente grava todos os instrumentos de seu álbum de estreia ao mesmo tempo que abre seu coração em transposições visuais de todas as faixas.
A ser lançado em breve, “Não é Doce” terá produção musical de Bruno Prestes e masterização do americano Steve Fallone, que trabalhou com artistas como The Strokes, Arcade Fire, Interpol e Adele, entre outros. Com o disco, Olívia coroa uma trajetória iniciada com a banda Anônimos Alhures e agora ampliada com uma carreira solo onde assume todas as suas facetas, de compositora, instrumentista, intérprete, roteirista e diretora.
O projeto será confessional, contando com a gerência criativa da artista em cada instrumento e videoclipe – todas as canções ganharão um, dirigido por ela. Já foram reveladas “La Cancionera”, “Sankyu”, “Post-it”, “Plano baixo”, “Abisso” e “Segunda-feira”, inspiradas por paixões, saudades, perdas e sonoridades diferentes. Agora, “Só Vamo” soma a essas faixas. O clipe, que é um gameplay, está disponível no YouTube e o jogo está disponível para celulares Android.

