Rede AM sai em defesa de Marina: ‘referência mundial e merece respeito’

Partido repudiou acusações feitas à ministra sobre travar obras da BR-319 no Amazonas: ‘não vimos isso quando o ministro era um homem, Ricardo Salles

Ministra Marina, em visita a Manaus (Foto: Ruan Souza/Semcom)

DEAMAZÔNIA MANAUS, AM – O Rede Sustentabilidade Amazonas lançou, nesta quinta-feira (5), uma declaração enfática em defesa da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, diante das acusações sobre obstruir as obras na BR-319 (Manaus/AM-Porto Velho/RO), importante rodovia na região amazônica.

O partido expressou repúdio às acusações e destacou a ministra como uma “referência mundial” que merece respeito.

“Os governantes dos últimos 40 anos são os verdadeiros responsáveis pelas mazelas que acontecem em nosso estado envolvendo deslizamentos, caos em abastecimento e saúde pública, entre outros desgovernos históricos que a memória dos mais de 14 mil amazonenses mortos pela covid-19 não nos deixa esquecer”, diz a legenda, em trecho do texto.

O comunicado do Rede AM surge em meio a crescentes controvérsias em torno da atuação da ministra Marina em relação às obras na BR-319, que desempenha um papel crucial na conectividade do Amazonas, principalmente neste momento que o estado enfrenta uma seca extrema nos rios.

A acusação de que a ministra estaria travando o andamento dessas obras gerou intensos debates e acusações de políticos do Amazonas.

A Assembleia Legislativa chegou a aprovar hoje (5) uma Moção de Repúdio contra a ministra Marina Silva.

VEJA A NOTA DO REDE SUSTENTABILIDADE AMAZONAS:

A classe política amazonense, que está no poder há mais de 40 anos, grita, aponta o dedo e engrossa a voz para uma mulher amazônida que defende e reforça a importância do bioma em todos os lugares em que ocupa, sejam eles no Brasil ou em debates internacionais sobre clima. 

A BR-319 é o principal palanque eleitoral dos pseudo-defensores do “progresso” no Amazonas. O Senador Omar Aziz esbraveja, o Governador Wilson Lima engrossa a voz e o Deputado Sinésio Campos aponta o dedo na direção de uma mulher, mas não fizeram isso quando o ministro era um homem, Ricardo Salles, condenado por crimes ambientais.

O mesmo não ocorreu com o ex-presidente Bolsonaro e seu vice-presidente Hamilton Mourão, cuja gestão foi marcada por manifestações públicas de deboche sobre pessoas sem oxigênio em Manaus, nesta mesma gestão vacinas que iriam para o Amazonas chegaram no Amapá, por uma falta de conhecimento básico sobre o Norte do país.

Mourão chegou a dizer que comeria a sua boina se não asfaltasse a BR 319. Não vimos os senadores Omar, Braga, muito menos Plínio Valério cobrarem o seu colega de Senado para efetuar a promessa. 

Infelizmente o asfaltamento da BR-319 por muito tempo foi considerado pela opinião pública amazonense como fator definitivo para o desenvolvimento econômico no estado. No entanto, essa tese não é reforçada pelas centenas e milhares de ribeirinhos, moradores do interior do Estado e atravessadores que vivem durante gerações utilizando nossa grande bacia hidrográfica como estrada. 

A boa vontade política aliada aos Institutos que realizam previsões constantes sobre o comportamento dos rios seriam ideais, não para impedir a estiagem, que é reflexo de ações climáticas e humanas globais, mas podem de maneira enérgica evitar o caos humanitário que se instala mais uma vez sob o Amazonas. 

Um dos índices que reforça a abertura de estradas como inimiga da preservação é justamente a derrubada da floresta saltou de 216 km2 em 2020 para 480 km2 em 2022 depois que o ex-presidente Bolsonaro decidiu pavimentar a rodovia.

Os governantes dos últimos 40 anos são os verdadeiros responsáveis pelas mazelas que acontecem em nosso estado envolvendo deslizamentos, caos em abastecimento e saúde pública, entre outros desgovernos históricos que a memória dos mais de 14 mil amazonenses mortos pela covid-19 não nos deixa esquecer. 

O projeto da BR 319 é complexo, requer estudos aprofundados, deve demonstrar viabilidade social, econômica e ambiental. Mesmo com desmonte da agenda ambiental pelo congresso nacional, a Ministra Marina Silva tem sido incansável no objetivo de reduzir o desmatamento na Amazônia. Apenas nos primeiros 9 meses de gestão o desmatamento caiu para 48% e no Amazonas 62%, resultado de muito trabalho e compromisso.

A classe política que se perpetua no poder, já tem o roteiro pronto. Atacar autoridades como a Marina e fugir das suas responsabilidades é importante para inflamar a ala bolsonarista e o sentimento de destruição que ela inspira.

 São estratégias para disputa de votos nas próximas eleições com vídeos que sempre tiveram como essência, sobretudo, a arrogância e superioridade masculina na política, sao expressões de misoginia que infelizmente se perpetuam em diversas relações de poder dentro e fora da Amazônia. 

Diante disso, a Rede Sustentabilidade Amazonas repudia as atitudes machistas e desrespeitosas com a Ministra Marina Silva. 

Marina tem compromisso de vida com os amazônidas. Siga firme, Ministra Marina Silva, sua história não está entrelaçada a nomes como Chico Mendes a toa. A força da floresta e dos povos da floresta estão contigo!

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