PF faz operação contra Bolsonaro, Heleno, Braga Neto e Valdemar por tentativa de golpe

Mandados também são cumpridos pela PF no Amazonas; dois ex-comandantes Militar da Amazônia também são alvos

 

 

DEAMAZÔNIA MANAUS, AM – O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) é um dos alvos da operação da Polícia Federal deflagrada na manhã desta quinta-feira (8/2), que apura tentativa de golpe de Estado. Ainda segundo a PF a operação é fruto da delação de Mauro Cid e sequência de outras investigações.

A PF cumpre 33 mandados de busca apreensão e ainda quatro de prisão preventivas e 48 de medidas cautelares. A operação atinge o Amazonas, mais noves estados e o DF.

De acordo com a colunista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo, a PF foi a casa o ex-presidente, em Angra dos Reis, e apreendeu celulares de assessores. A Justiça determinou também que Bolsonaro entregue o passaporte. Segundo as autoridades, ele tem 24 horas para cumprir a determinação.

Ainda de acordo com a PF, a Operação Tempus Veritatis apura uma organização criminosa que atuou na tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito, para obter vantagem de natureza política com a manutenção de Bolsonaro no poder.

Os envolvidos estão proibidos de manter contato com os demais investigados, proibição de se ausentarem do país, com entrega dos passaportes no prazo de 24 horas e suspensão do exercício de funções públicas.

As medidas judiciais, expedidas pelo Supremo Tribunal Federal, ocorrem nos estados do Amazonas, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Ceará, Espírito Santo, Paraná, Goiás e no Distrito Federal.

Conforme o Blog da Andréia Sadi, entre os alvos de busca estão:

  • – General Braga Netto, ex-ministro da Defesa e da Casa Civil;
  • – General Augusto Heleno, ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI);
  • – General Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa e ex comandante Militar da Amazônia
  • – General Estevam Cals Theóphilo Gaspar de Oliveira, ex-chefe do Comando de Operações Terrestres do Exército e ex comandante Militar da Amazônia
  • – Almirante Almir Garnier Santos, ex-comandante-geral da Marinha;
  • – Anderson Torres, delegado da PF e ex-ministro da Justiça;
  • – Valdemar Costa Neto, presidente do PL, partido de Bolsonaro;
  • – Tercio Arnoud Thomaz, ex-assessor de Bolsonaro, conhecido como um dos pilares do chamado “gabinete do ódio”.
  • – Ailton Barros, coronel reformado do Exército.

Além deles, foram presos

  • – Filipe Martins, ex-assessor especial de Bolsonaro;
  • – Marcelo Câmara, coronel do Exército e ex-assessor especial de Bolsonaro;
  • – Coronel do Exército Bernardo Romão Correa Neto;
  • – Major Rafael Martins de Oliveira.

 

O Exército foi chamado para acompanhar o cumprimento das ordens contra os militares.

Segundo a PF, as apurações apontam que o grupo investigado se dividiu em núcleos de atuação para disseminar a ocorrência de fraude nas Eleições Presidenciais de 2022, antes mesmo da realização do pleito, de modo a viabilizar e legitimar uma intervenção militar, em dinâmica de milícia digital.

O primeiro eixo consistiu na construção e propagação da versão de fraude nas Eleições de 2022, por meio da disseminação falaciosa de vulnerabilidades do sistema eletrônico de votação, discurso reiterado pelos investigados desde 2019 e que persistiu mesmo após os resultados do segundo turno do pleito em 2022.

O segundo eixo de atuação consistiu na prática de atos para subsidiar a abolição do Estado Democrático de Direito, através de um golpe de Estado, com apoio de militares com conhecimentos e táticas de forças especiais no ambiente politicamente sensível.

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