PF faz buscas contra ex-secretários do AM por corrupção eleitoral em Parintins
PF cumpre cinco mandados de busca nas residências dos investigados, em Manaus
DEAMAZÔNIA MANAUS, AM – A Polícia Federal cumpre na manhã desta quinta-feira (3), mandados de busca e apreensão contra os ex-secretários do Estado, Fabrício Rogério Barbosa (Administração) e Marcos Apolo Muniz de Araújo (Cultura e Economia Criativa), e o ex-presidente da Cosama, Armando do Vale. Todos foram demitidos nesta quarta-feira (2).
A operação denominada ‘Tupinambarana Liberta’ visa combater associação criminosa, corrupção eleitoral, abolição do estado democrático de direito, utilização de violência para obter votos e impedir o exercício de propaganda eleitoral.
A operação mobiliza aproximadamente 50 policiais federais que cumprem cinco mandados na casa dos investigados.
No sábado (28), o candidato a prefeito Mateus Assayag denunciou a existência de uma reunião suspeita, em que os ex-secretários tramavam um plano, com apoio da PM e Policia Civil, para influenciar no resultado das eleições, em Parintins. A reunião foi gravada.
A investigação demonstrou que foram utilizadas estruturas de estado, inclusive, de forças policiais para beneficiar a candidatura a prefeita da vereadora Brena Dianná ( União Brasil), candidata a prefeita apoiada pelo governador Wilson Lima.
Além dos mandados de busca, a Justiça Eleitoral determinou a proibição do acesso dos investigados à cidade de Parintins e a proibição de contato dos investigados entre si e com coligações partidárias do referido Município.
A Superintendência Regional da Polícia Federal providenciou, esta semana, o aumento do efetivo policial no município de Parintins visando garantir a segurança do pleito na cidade, bem como a liberdade da população para exercer livremente o direito democrático ao voto.
Sobre a investigação
A investigação foi iniciada em razão de notícia de fato apresentada pelo Ministério Público Eleitoral em Parintins à Polícia Federal no dia 16 de setembro.
Durante as investigações, surgiram indícios de ameaças de líderes comunitários ligados a uma facção criminosa nacional de tráfico de drogas proibindo o acesso de candidatos à prefeitura a certos bairros, bem como vedação de circulação em determinadas localidades.
Aliado a isso, foram colhidos indícios de possível inércia da PM para coibir tais ameaças em prol da candidatura de Brena.
As ações coordenadas do grupo criminoso teriam promovido a espionagem de pessoas ligadas a grupo político do prefeito Bi Garcia.
Até a PF estaria sendo monitorada com a finalidade de frustrar a atuação dos federais.
A operação conta com o apoio da Corregedoria da Polícia Militar no Estado do Amazonas no acompanhamento da execução em face dos policiais militares envolvidos.
O nome da Operação decorre do termo utilizado atualmente pelos moradores de Parintins, chamando-a de “ilha Tupinambarana, a ilha da magia”, fazendo referência a região que foi habitada por diversas etnias indígenas, dentre elas os Tupinambás.
O município é conhecido por situar o Festival Folclórico de Bois Bumbás, Garantido e Caprichoso. A Operação da Policia Federal visa garantir o livre exercício do voto no Município.
Governador exonera secretários de reunião suspeita, gravada em vídeo, em Parintins