Indígenas Mura bloqueiam rodovia no AM em protesto contra exploração de gás da Eneva, em Silves

Protesto liderado por cacique Mura denuncia impactos ambientais e cobra demarcação de terras na região do Campo do Azulão

Indígenas realizaram protesto na frente de estação da Eneva em Silves - Foto: Reprodução

 

DEAMAZÔNIA SILVES, AM – Um grupo de aproximadamente 20 indígenas das comunidades de Silves e Itapiranga, liderados pelo cacique Jonas Mura, realizou na terça-feira (17\06) um bloqueio no trecho da rodovia AM‑330, conhecida como Estrada de Silves.

Munidos de arcos e flechas, eles ocuparam a estrada em frente à estação de tratamento de gás da Eneva, no Campo do Azulão, exibindo uma faixa com a mensagem “Amazônia Livre de Petróleo e Gás” e entoando gritos como “Demarcação já! Não à mineração no Amazonas!”

Os manifestantes exigem a demarcação imediata de suas terras e protestam contra a expansão de atividades de exploração mineral e de gás natural na região. O cacique Jonas Mura enfatizou que vivem há décadas nessas terras e que a “destruição está atingindo suas florestas, caças, peixes, igarapés e rios”.

A mobilização durou aproximadamente três horas, causando filas de veículos nos dois sentidos da rodovia

O protesto chama atenção ainda para o desmatamento ocorrido nas margens do empreendimento da Eneva, além de críticas à situação das comunidades indígenas, que enfrentam falta de infraestruturas básicas, escolas com telhado com goteiras e rodovias (AM‑330 e AM‑363) em condições precárias, sem iluminação ou pavimentação adequada.

Durante a manifestação, alguns indígenas chegaram a mirar flechas contra um drone que sobrevoava a área, reforçando o clima de tensão

Na esfera judicial, tramita uma ação na Justiça Federal questionando os licenciamentos ambientais concedidos à Eneva. Em maio a juíza federal, Mara Elisa Andrade, proibiu a empresa de explorar gás na região, porém essa decisão foi derrubada em 9 de junho por uma desembargadora do TRF1, Gilda Sigmaringa Seixas, que apontou “riscos maiores” caso a exploração fosse suspensa.

A Eneva afirmou que seus projetos seguem rigor técnico, respeitam a legislação e mantêm diálogo com as comunidades.

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