Construção em ritmo acelerado: novos lançamentos imobiliários em Manaus quase quadruplicam em um ano

O mercado imobiliário manauara vive um ciclo de aquecimento raro

MANAUS, AM – Em 12 meses, o volume de lançamentos deu um salto que “quase quadruplicou”, impulsionado por programas habitacionais, melhora do ambiente de crédito e um canteiro de obras que voltou a contratar com força.

Para quem acompanha oportunidades de investimento, isso conversa diretamente com a procura por terrenos em Manaus, seja para incorporação futura, casas em condomínio ou loteamentos estruturados.

Na prática, a capital do Amazonas voltou ao mapa dos grandes players, e os números explicam o porquê.

O que mostram os dados mais recentes

Um levantamento apresentado pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), em parceria com a Brain Inteligência Estratégica, indica que os lançamentos em Manaus cresceram 340% na comparação do 1º trimestre de 2025 contra o mesmo período de 2024, variação que, em linguagem simples, significa um volume perto de quatro vezes o observado um ano antes.

O estudo também mostra que mais de 75% das unidades lançadas pertencem ao segmento econômico atrelado ao Minha Casa, Minha Vida (MCMV), em linha com a reativação do programa e o apetite do comprador de primeira moradia.

O dinamismo não é pontual.

Em 2024, já se observava uma forte tração de lançamentos verticais e de lotes populares: foram 5.966 unidades verticais lançadas no ano (4.632 dentro do MCMV) e um salto de 1.138 para 4.503 unidades em lançamentos de lotes populares, um indício direto de que a demanda por urbanizações e loteamentos ganhou fôlego.

 

No plano nacional, o primeiro semestre de 2025 foi o melhor da série histórica para lançamentos desde 2006, e Manaus surfou essa onda com destaque.

Apesar de oscilações pontuais no 2º trimestre, o semestre fechou com alta de 6,8% em unidades lançadas no Brasil, reforçando que a capital amazonense não está crescendo isolada, mas inserida num ciclo setorial mais amplo.

Emprego, licenças e a “leitura” do canteiro

A fotografia do canteiro de obras confirma o aquecimento local.

De janeiro a abril de 2025, Manaus liderou a geração de empregos formais em

construção entre as capitais do Norte, somando 1.026 novas vagas, um sinal clássico de pipeline robusto de obras e lançamentos.

Do lado regulatório, a Prefeitura de Manaus registrou alta de 6% nos alvarás de

construção emitidos entre janeiro e julho de 2025 (419 documentos contra 397 no mesmo período de 2024), com crescimento de 40% na área licenciada em julho, outro termômetro que antecipa atividade: mais projetos saindo do papel, mais canteiros em mobilização e, em seguida, mais produtos chegando ao mercado.

O papel dos programas habitacionais e da renda

A composição da oferta ajuda a entender a velocidade.

O segmento econômico domina os lançamentos locais, ancorado no MCMV, que, segundo a CBIC, puxou um salto de 469% nos lançamentos do programa em Manaus na comparação anual do 1º trimestre, com vendas crescendo 66% no mesmo intervalo.

Quando a engenharia financeira do produto “casa própria” casa com renda e subsídio, a conversão sobe e a velocidade de venda melhora, o que encoraja novas fases e novos projetos.

Na esfera estadual, iniciativas como o programa Amazonas Meu Lar têm reforçado o ambiente de negócios ao estimular geração de empregos e demanda conexa por materiais e serviços, um efeito multiplicador que beneficia toda a cadeia, do lote ao edifício.

Verticais, loteamentos e a volta dos “terrenos em Manaus” ao radar

Se os prédios verticais seguem como carro-chefe, o avanço muito acima da média nos lançamentos de lotes em 2024 revela um vetor paralelo: há espaço para desenvolvimento de

bairros planejados, condomínios horizontais e loteamentos com infraestrutura, sobretudo nas zonas com melhor acesso viário e serviços.

Para investidores, essa tendência recoloca os terrenos em Manaus como ativo estratégico, seja para compra e guarda (landbank), seja para parcerias com desenvolvedores de médio porte que buscam escala via fases.

Preços, aluguel e a “janela” de oportunidade

Em termos de preço, o ano de 2024 fechou com valorização nacional de 7,73% nos imóveis residenciais (Índice FipeZAP), enquanto os aluguéis subiram 13,5%, movimento que também se fez sentir em Manaus, que terminou 2024 com o 8º maior valor de aluguel entre capitais.

Em mercados em aceleração, o aluguel costuma responder mais rápido que a venda; para o investidor, isso sugere janelas de compra antes que preços de venda incorporem integralmente o novo patamar de demanda.

Sinais para os próximos meses

O “tabuleiro” local combina:

  • Emprego e licenciamento em alta, prenunciando oferta continuada;
  • Predominância do segmento econômico, sustentando velocidade de vendas e giro de estoque;
  • Base de loteamentos crescendo, o que abre avenida para urbanizações e para quem busca terrenos em Manaus com potencial de desenvolvimento.

Para além do curto prazo, o melhor semestre em lançamentos no Brasil desde 2006 reforça a tese de continuidade do ciclo, ainda que com ajustes de ritmo entre trimestres por questões de custos, crédito e calendário de aprovações.

O que isso significa para incorporadores e investidores

Para incorporadores: a leitura é de janela pró-lançamento, especialmente em tipologias de média e baixa renda conectadas ao MCMV.

A velocidade de vendas e a aderência do produto à renda local são chaves: estudar profundamente o ticket, a infraestrutura do entorno e o posicionamento de marca faz diferença entre “mais um” e “o escolhido”.

 

Indicadores táticos como alvarás emitidos e emprego setorial ajudam a calibrar o timing de landbank e a cadência de fases.

Para investidores e compradores: quem procura terrenos em Manaus para médio prazo encontra um mercado onde loteamentos e bairros planejados ganham tração, e onde o aluguel aquecido pode financiar parte do investimento até a maturação completa do ativo.

Em contrapartida, a disciplina de análise (viabilidade, acesso, vocação do zoneamento, custos de urbanização) é mandatória para capturar o upside sem descuidar do risco.

Conclusão

Manaus voltou ao centro do mapa imobiliário brasileiro com lançamentos quase quatro vezes maiores em um ano, tração sustentada no segmento econômico e sinais claros de continuidade no canteiro (emprego e licenciamento em alta).

Para a cidade, é geração de renda, tributação e qualificação urbana; para o mercado, é pipeline de produtos aderentes à demanda.

Para quem avalia terrenos em Manaus, o recado é direto: a capital atravessa um ciclo em que o solo bem localizado volta a ser o insumo mais disputado, e antecipar-se a isso, com análise técnica e leitura de dados, tende a fazer toda a diferença no retorno do investimento.

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