Observatório de Criação aproxima jovens artistas do processo de obra solo na cena amazônica
“Aquelas que me habitam’ estreia em 23 de novembro, no Teatro da Instalação, com entrada gratuita, unindo performance solo e experiência inédita de formação artística

DEAMAZÔNIA MANAUS, AM – A artista pesquisadora Francis Baiardi apresenta, no dia 23 de novembro, às 18h, no Teatro da Instalação, o espetáculo “Aquelas que me habitam”, com entrada gratuita. A obra solo marca uma nova etapa na trajetória da intérprete-criadora.
Além da performance, o projeto propõe uma experiência formativa inédita na cidade: o Observatório de Criação, que aproximou jovens artistas do processo criativo da obra. “O Observatório foi um lugar de descoberta e comunhão. Foi bonito ver a entrega de cada participante, suas histórias e sensibilidades dialogando com o meu processo”, conta Francis.
Foram 46 inscritos, dos quais cinco jovens artistas foram selecionados para acompanhar e registrar o desenvolvimento do espetáculo, recebendo bolsa de estudo: Adriz Rolin, Lucas Nogueira, Fernanda Seixas, Nicole Queiroz e Reysson Brandão. Entre eles, há estudantes universitários, artistas independentes e jovens de diferentes trajetórias e identidades, que vivenciam de perto os desafios e aprendizados do processo de pesquisa e experimentação artística.
Fernanda Seixas, uma das selecionadas, atua observando e registrando o processo criativo, contribuindo com reflexões que serão incorporadas à obra. “Meu papel no trabalho é perceber o que sinto. Como a obra vem me tocando nesse momento de construção. Observo, anoto, me permito sentir e dialogar sobre, para que a artista saiba como está chegando em quem a assiste”, explica Fernanda.
Além dos bolsistas, o projeto também conta com a colaboração de jovens artistas e profissionais que integram diferentes frentes da criação, fortalecendo o diálogo entre arte, técnica e sensibilidade.
Jady Castro, jovem produtora do projeto, destaca a experiência como um aprendizado profundo sobre o trabalho em dança e sobre a importância da escuta no fazer artístico.
“Aprendo muito com a Francis, com sua sabedoria de ter a dança como profissão. Esse espetáculo exige muita calmaria e cuidado de toda a equipe com a artista, é lindo ver como ela se entrega totalmente à criação. Por isso, uma boa produção precisa saber gerir energia e presença, não apenas executar tarefas”, afirma Jady.
Leandra, colaboradora responsável pelos registros em foto e vídeo do processo e do espetáculo, reflete sobre a experiência como um exercício de escuta e ancestralidade. “Cada imagem capturada é uma forma de escuta, uma tentativa de acessar memórias que não estão apenas no corpo presente, mas também nas vozes que ecoam de antes. Antes da técnica, existe a escuta; antes da imagem, existe o espírito”.
Protagonismo feminino
O projeto reforça o protagonismo feminino em todas as etapas da obra. A equipe é majoritariamente composta por mulheres, refletindo a visão de Francis sobre a presença feminina na arte amazônica.
“É importante que o projeto traga esse protagonismo de mulheres do nosso lugar, da região. São mulheres artistas, como eu, que buscam continuidade no ofício artístico, enfrentando desafios, mas também celebrando conquistas e criações coletivas”, afirma a artista.
Com o Observatório de Criação, “Aquelas que me habitam” vai além da performance: transforma-se em um espaço de aprendizado, experimentação e visibilidade para jovens artistas da região. O projeto permite que essas vozes acompanhem de perto o processo criativo, registrando e refletindo sobre ele a partir de suas próprias perspectivas e sensibilidades.
Realização: Governo do Estado do Amazonas / Conselho Estadual de Cultura / Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa / Governo Federal
