MPAM aponta que Amazon Best apresentou justificativa de preços de ingressos, com assinatura dos bois, após pedido de liminar

MP considerou o caso como má fé e pediu que Garantido e Caprichoso sejam incluídos em ação que pede indenização por preços abusivos no Festival de Parintins 2026

 

DEAMAZÔNIA MANAUS, AM – O Ministério Público do Estado do Amazonas informou à Justiça que o documento apresentado pela Amazon Best para justificar os aumentos nos preços dos ingressos do Festival de Parintins 2026 foi assinado, contendo o aval dos bois Caprichoso e Garantido, somente após o ajuizamento da ação movida pelo próprio MPAM.

De acordo com a 81ª Promotoria de Justiça de Manaus, responsável pelo caso, o “Termo Conjunto de Definição e Aprovação de Política de Preços da Bilheteria” — utilizado pela Amazon Best para afirmar que os reajustes teriam sido definidos com o aval das Associações Folclóricas Caprichoso e Garantido — apresenta assinaturas digitais datadas de 05/11/2025, um dia o Ministério Público ingressar com o pedido liminar na Justiça (04/11/2025).

Ou seja, o documento dos bois, que avaliza os preços atuais, foram assinados somente após a empresa Amazon Best anunciar os valores dos ingressos 2026 e depois de repercussão negativa na mídia.

O preço de arquibancada central, por exemplo, que em 2025 custou R$ 2.400,00 ( três noites), para 2026 o valor anunciado é de R$ 4.800,00. Os aumentos, segundo MP, variam entre 100% a 127%.

O Ministério Público considerou o caso como má fé em face do evidente abalo à confiança que devem reger as relações de consumo.

Com base nesse documento, o MPAM requereu à Justiça o aditamento da ação, para incluir a Associação Folclórica Caprichoso e a Associação Folclórica Boi Garantido como corresponsáveis pelas práticas investigadas, já que as agremiações passaram a figurar como participantes da definição da política de preços.

O Ministério Público também destacou que a Amazon Best descumpriu integralmente a decisão liminar.

A determinação judicial exigia a apresentação de justificativas detalhadas, critérios econômicos, planilhas de custos, laudos e comparativos que embasassem os valores praticados.

Entretanto, segundo a Promotoria, a empresa limitou-se a suspender temporariamente a venda de ingressos, o que representa apenas “uma mera parcela” do que havia sido ordenado.

AUDITAMENTO

Para esclarecer, tecnicamente, os aumentos aplicados, o MPAM solicitou a nomeação de peritos técnicos contábeis que deverão analisar as planilhas constantes nos autos e verificar se houve abusos, inconsistências ou supostas manobras nos valores cobrados.

A manifestação reforça que o objetivo do Ministério Público é garantir transparência, evitar práticas abusivas e assegurar o respeito aos direitos dos consumidores, torcedores dos bumbás, que prestigiam o Festival Folclórico de Parintins.

Em novo pedido 81ª Promotoria de Justiça de Manaus solicita que seja mantida a tutela liminar concedida até o integral e comprobatório cumprimento da liminar, e reforça o pedido de indenização por danos morais coletivos, das partes, cujo valor deverá ser definido após a realização de perícia técnica-contábil.

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