Lula anuncia criação da primeira Universidade Indígena do Brasil durante visita à aldeia, em Santarém 

O anúncio da primeira Universidade Indígena foi feito por Lula em uma roda de conversa com lideranças indígenas do povo Kumaruara

Lula visita aldeia indígena em Santarém, Pará (Ricardo Stuckert/PR)

 

DEAMAZÔNIA SANTARÉM, PA – Em uma agenda histórica na Amazônia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou neste domingo (2) a criação da primeira Universidade Indígena do Brasil, durante visita à aldeia Vista Alegre do Capixauã, localizada na Reserva Extrativista Tapajós-Arapiuns, no município de Santarém, oeste do Pará.

O anúncio foi feito durante uma roda de conversa com lideranças indígenas do povo Kumaruara e representantes de outras comunidades tradicionais da região.

A nova universidade terá sede em Brasília, com extensões e polos regionais na Amazônia e em outras regiões com forte presença indígena, garantindo acesso à educação superior com base nas culturas, saberes e línguas dos povos originários.

“Os povos indígenas têm direito ao conhecimento, à ciência e à universidade sem precisar abandonar suas raízes. Essa será uma universidade construída por vocês e para vocês”, afirmou Lula durante o encontro.

Além do anúncio educacional, o presidente ouviu reivindicações das comunidades sobre infraestrutura, saúde, moradia e energia. Lula prometeu levar energia elétrica sustentável para mais de 4,3 mil famílias da região, destacando o uso de tecnologias limpas, como a energia solar, para atender aldeias e comunidades isoladas.

A visita integra a agenda preparatória do governo federal para a COP30, que será realizada em Belém, em novembro de 2025. O encontro em Vista Alegre simboliza o compromisso do governo com políticas de valorização dos povos indígenas, da Amazônia e do meio ambiente.

A ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, que acompanhou o presidente, destacou a importância histórica da nova universidade:

“Pela primeira vez, teremos uma instituição de ensino superior pensada desde a origem pelos povos indígenas. É um marco na luta por autonomia, conhecimento e reconhecimento.”

A Resex Tapajós-Arapiuns é um território onde convivem povos indígenas e comunidades ribeirinhas, preservando práticas tradicionais e modos de vida sustentáveis. A visita de Lula foi marcada por manifestações culturais, degustação de iguarias amazônicas e apresentações dos povos locais.

Com o anúncio da universidade indígena, o governo federal pretende ampliar o acesso à educação superior, fomentar pesquisas sobre biodiversidade e saberes tradicionais e consolidar a Amazônia como território de produção de conhecimento — não apenas de recursos naturais.

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