Obra do escritor amazonense Robério Braga, “O Negro no Amazonas”, faz referência ao dia da Consciência Negra

A obra, que deveria ter sido publicada em 1984, no centenário da abolição da escravatura, foi extraviada parcialmente na editora da época e reconstituída pelos originais manuscritos, acaba de chegar a Manaus para circulação, após 40 anos.
Trata-se de estudo que expõe o processo de escravização e libertação de africanos na província do Amazonas, com todas as mazelas desse ato de comercialização humana, os serviços que eles faziam, a forma como eram tratados pela polícia e seus “senhores”, os métodos adotados para libertação e alforria, os custos desse ato, o papel de estudantes, crianças, senhoras e da maçonaria nessa empreitada libertadora e todo o aparato legal que acobertava o tratamento criminoso feito com homens, mulheres e crianças, advindas de portos brasileiros, mas originários da África.
Escrito por sugestão do professor Arthur Cézar Ferreira Reis, então vice-presidente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, fez o prefácio de “O Negro no Amazonas” o qual tem o posfácio da professora Marilene Correa de Freitas, ambos apreciando o cenário da época e a forma como o autor se posicionou diante do tema.
No prefácio, Arthur Reis realça as qualidades do escritor e que se trata de livro “minucioso” e não se restringe aos acontecimentos de Manaus, ampliando-se ao interior, onde a ideia de libertação do negro encontrou acolhida. A obra deve ser lida nas escolas para que os alunos e professores amazonenses encontrem um motivo positivo de ser amazonenses.
Ao escrever o posfácio, Marilene Correa, destaca, ao final, que a obra é um convite de consulta permanente aos quadros compostos pelo desenho da época que ressoam na vida social de hoje, com a percepção aguçada do autor.
Robério Braga, em seus 74 anos, é professor desde os 18 anos, historiador, autor de vários títulos publicados, e foi presidente do Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas, da Academia Amazonense de Letras e da Academia Maçônica de Letras, e secretário de Estado de Cultura.
A obra literária é uma oportunidade necessária para promover estudos e aprimoramento sobre negritude no país.
