Presidente da Amazonas Energia descarta risco de desabastecimento

Em coletiva de imprensa, presidente Márcio Zimmermann esclareceu pontos sobre dívida da empresa e possível fim de contrato com o Ministério de Minas e Energia

Presidente da Amazonas Energia, Márcio Zimmermann (Foto: Divulgação)

DEAMAZÔNIA MANAUS, AM – Durante entrevista coletiva, nesta quarta-feira (29/11), o presidente da Amazonas Energia, Márcio Zimmermann, esclareceu que não haverá o risco de desabastecimento de energia elétrica por eventual troca de grupo controlador. Além disso, informou que a dívida da empresa foi herdada na assinatura do contrato de Concessão em 2019.

Márcio Zimmermann foi categórico ao dizer que as operações de distribuição de energia, tanto na capital quanto no interior do estado, não enfrentam qualquer tipo de intercorrência que impacte na prestação de serviços.

“O consumidor não será afetado. Os serviços estão sendo executados normalmente. Enquanto não houver a troca de controlador (grupo que administra a concessionária), o Ministério de Minas e Energia determina que as operações continuem seguindo as métricas de qualidade”, tranquilizou o presidente.

Extinção da concessão
No dia 21 de novembro, a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) decidiu encaminhar ao Ministério de Minas e Energia (MME) a recomendação da caducidade (extinção) do Contrato de Concessão nº 01/2019 celebrado com a Amazonas Energia S.A.

Segundo a Aneel, a penalidade decorre do indeferimento do pedido de transferência de controle societário da Amazonas Energia para a Green Energy Soluções em Energia, visto que a documentação apresentada não comprova a capacidade técnica e econômico-financeira do proponente para assumir a concessão de distribuição.

A coletiva da Amazonas Energia foi convocada após o diretor-geral da Aneel, Sandoval Feitosa, dizer que o futuro da concessionária Amazonas Energia é incerto, na região Norte, podendo chegar a suspender serviços.

Quanto à troca de grupo administrador, Márcio Zimmermann ressaltou que não há prazo para que isso ocorra e que o processo de encontrar uma nova empresa para assumir a administração da Amazonas Energia, que opera em uma área maior do que vários estados brasileiros juntos, não será tarefa fácil diante da complexidade logística, e sócio econômico da Concessão.

Dívida herdada
Quanto à dívida que a empresa detém, o presidente Márcio Zimmermann esclareceu que o valor não é resultado de novos endividamentos e que o atual controlador, grupo Oliveira Energia, além de manter a saúde financeira, com a liquidação de parte da dívida, fez investimentos em melhorias tanto na geração quanto na distribuição.

“O desequilíbrio econômico-financeiro é um problema de origem anterior a privatização. Não existe dívida nova na Amazonas Energia. A dívida é oriunda de um processo complexo ocorrido durante o leilão. A informação que se tinha, na época, era de que a dívida era de R$ 2,6 bilhões e, no momento que o novo concessionário assina, a Eletrobras pública o balanço da Amazonas Energia e a dívida passa para R$ 7,6 bilhões. A classificação da dívida estava colocada de forma inadequada”, explicou Márcio Zimmermann.

O presidente complementou, ainda, que o valor, se não estivesse sendo pago, deveria estar em R$ 11 bilhões.

Como a Amazonas Energia vem amortizando, apesar das dificuldades, o montante atual da dívida está em torno de R$ 9 bilhões.

Furtos de energia
As perdas oriundas de furtos de energia (‘gatos’) foram abordadas na coletiva como sendo uma das principais causas das dificuldades para se manter o equilíbrio entre a receita e a despesa.

Zimmermann salientou que o montante que a empresa deixa de faturar pelo fornecimento de energia chega a mais de R$ 500 milhões ao ano. A concessionária não é a única que perde com a ação dos criminosos.

O Governo do Estado, segundo o presidente, deixa de arrecadar por volta de R$ 400 milhões e os consumidores em geral do estado acabam tendo sobrecustos da ordem de 600 a 700 milhões.

O presidente enfatizou que a empresa tentou reverter este quadro com a instalação do Sistema de Medição Centralizado (SMC), mas que não obteve apoio neste sentido.

“Este sistema funciona plenamente em 21 estados brasileiros. Em Manaus, nos poucos lugares em que conseguimos implantar, a perda baixou de 38% para 6% ou 7%. Uma campanha forte contra estes equipamentos não nos permitiu continuar o trabalho. No final, todos perdem. Até o consumidor que paga as suas contas regularmente é penalizado porque assume o prejuízo gerado por outra pessoa ao desviar energia”, lamentou.

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