Deputados do Amazonas denunciam redução na pista do aeroporto de Tabatinga
Obra da empresa VINCI Airports está reduzindo a pista em 600 metros; Ministério e Anac foram acionados
DEAMAZÔNIA MANAUS, AM – A redução de 600 metros da pista de pousos e decolagens do aeroporto de Tabatinga (a 1.106 quilômetros de Manaus) foi denunciada por deputados estaduais e federais do Amazonas, esta semana.
O encurtamento, segundo os parlamentares, poderá inviabilizar a chegada de aeronaves de grande para o transporte de cargas e de passageiros no município.
A obra é realizada pela Concessionária dos Aeroportos da Amazônia, do grupo VINCI Airports.
Na Câmara dos Deputados, a denúncia foi apresentada pelos deputados federais Átila Lins e Sidney Leite, ambos do PSD-AM.
“Estamos muito preocupados porque essa obra estava sendo feita para melhorar as condições do aeroporto e não para encurtar sua pista de pouso”, disse Átila.
O deputado solicitou audiência com o ministro dos Portos e Aeroportos Silvio Costa Filho, dos portos aeroportos, e também com o secretário nacional da aviação civil (ANAC), Juliano Alcântara.
Já na Assembleia Legislativa do Estado (ALE/AM) o caso foi apresentado pelo deputado estadual Abdala Fraxe (Avante) e endossada por Dan Câmara (Podemos).
“Com esse encurtamento, somente as aeronaves de modelo ATR poderão pousar no município e ainda com a sua capacidade total reduzida, tanto em número de passageiros, quanto em quantidade de cargas, por questões de segurança, e isso gerará uma dificuldade enorme no abastecimento do município”, explicou o Abdala Fraxe.
Fraxe ressaltou, ainda, que além de Tabatinga outros municípios do Alto Solimões como São Paulo de Olivença, Atalaia do Norte e Benjamin Constant, que já enfrentam dificuldades logísticas, serão prejudicados com a medida. O parlamentar pediu o apoio dos demais deputados para a cobrança do posicionamento da concessionária responsável pelas obras do aeroporto.
NOTA DA VINCI AIRPORTS
Em nota, a Vinci Airport admitiu que o aeroporto de Tabatinga está passando por obras de adequação na pista de pousos e decolagens e que está fazendo profundas melhorias nas condições de infraestrutura.
A Vinci também reconheceu que haverá um redimensionamento necessário [na pista] para que seja obtida a certificação operacional pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
“A expectativa é que o aeroporto seja um dos primeiros do interior do Estado a obter a certificação, que é uma das exigências previstas no contrato de concessão”, diz a nota da Vinci.
“Portanto, o redimensionamento na extensão da pista está dentro dos padrões e foi necessário para a adequação do aeroporto a protocolos internacionais de segurança”, completa a Nota.