Preso, ‘Rei do Carbono’ é investigado por suposto esquema de propina a servidores do Incra, Ipaam e Sect, diz PF

Empresário é acusado de comercialização de R$ 180 milhões de crédito de carbono e de grilagem em terras no Sul do Amazonas 

Servidores do Estado e federal, supostamente envolvidos no esquema do Carbono, foram demitidos após investigação da PF

 

DEAMAZÔNIA MANAUS, AM – O empresário Ricardo Stoppe Junior, 56 anos, conhecido como o ‘Rei do Carbono’, preso pela Polícia Federal, no início de junho, na  Operação Greenwashing,  supostamente, pagava propinas a servidores do Incra, Ipaam e Secretaria de Estado das Cidades e Territórios do governo do Amazonas (Sect), segundo relatório da Polícia Federal , que o jornal O Globo teve acesso.

Stoppe Jr foi preso em Araçatuba, São Paulo, onde se apresentou a PF. No momento, a defesa contestou a prisão e disse ao G1 que ele não representava perigo.

O empresário é apontado como líder de um suposto esquema de fraudes na comercialização de R$ 180 milhões na venda de créditos de carbono. Uma das empresas de Stoppe Jr, que ele se apresenta como CEO, é a Fortaleza de Ituxi, em Lábrea, Sul do Amazonas.

Segundo a PF, Ricardo Stoppe conseguiu fazer grilagem no Amazonas de uma área de terra do tamanho do Distrito Federal, por meio de certificados fraudulentos e inserção de dados falsos em cartórios e órgãos públicos.

A Polícia Federal interceptou conversas de um empresário tratando de supostos pagamentos de propina a dez servidores públicos do estado e federal.

Um dos envolvidos é um ex-superintendente do Incra. Dos quadros do governo do Amazonas há dois ex-secretários e três ex-servidores da Sect. Um dos ex-secretários seria beneficiário de um repasse de R$ 200 mil para a liberação de documentos ao grupo.

A investigação revelou um esquema de fraudes fundiárias que se estendeu por mais de uma década e foi iniciado em Lábrea/AM, envolvendo a duplicação e falsificação de títulos de propriedade. Essas fraudes resultaram na apropriação ilegal de cerca de 538 mil hectares de terras públicas.

Nos últimos três anos, uma nova expansão das atividades ilícitas do grupo ocorreu na região de Apuí/AM e Nova Aripuanã/AM.

O Carbono seria ainda uma cortina para exploração ilegal de madeira. De acordo com as investigações, foram explorados ilegalmente mais de um milhão de metros cúbicos de madeira em tora, gerando um dano ambiental estimado em R$ 606 milhões. A operação também revelou que a organização obteve cerca de R$ 820 milhões em terras griladas.

Nas redes sociais, Stoppe Junior demonstra ser um bolsonarista convicto. Ele é médico de formação e nasceu no interior de São Paulo.

O dA não localizou a defesa do empresário Ricardo Stoppe Junior. O espaço seque aberto para manifestação.

LEIA A MATÉRIA completa de O Globo 

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