AUGUSTO BERNARDO CECÍLIO – Eleições em foco

 

Augusto Bernardo Cecílio - Foto: Reprodução.

 

 

Começou a campanha eleitoral. Os candidatos já estão praticamente definidos e as coligações devidamente montadas. Só falta uma sintonia afinada entre o que os candidatos querem e os objetivos e sonhos da população, pois parcela significativa dos brasileiros se sente alheia às decisões tomadas, às vezes nas madrugadas, em hotéis longe dos eleitores, em cidades distantes, em jantares fechados.

O brasileiro se cansou de acordos fechados por lideranças de partidos, por caciques profissionais da política e interesses particulares, pelo administrar de costas para o povo. Essa é a hora da verdadeira virada. É no período das eleições que a cidadania deve se mostrar mais fortalecida, através do voto livre e a realização de eleições limpas, sem qualquer tipo de interferência, inclusive de “lideres religiosos”, em igrejas que mais se parecem partidos políticos.

Para que eleições cumpram com o seu papel é necessário que os eleitores façam as suas escolhas com liberdade, sem ser constrangido ou pressionado, sem receber proposta ou oferta de vantagens em troca do seu voto. É importante que o cidadão não peça ou aceite algo para votar em algum candidato, visto que o comprador e o vendedor do voto são culpados e devem receber punições previstas em lei.

Votar corretamente é garantir a igualdade de condições entre os candidatos que estão na disputa. Isso solidifica um regime democrático, pois democracia significa, dentre outras coisas, liberdade de escolha que levará ao poder os verdadeiros representantes do povo, que estarão investidos de legitimidade pelo voto popular, e comprometidos com a responsabilidade de administrar com retidão os interesses da nossa sociedade.

Sabemos que os direitos políticos permitem ao cidadão votar, ser votado e participar da organização e da estrutura governamental. Através desses direitos o povo tem garantida a participação no poder, mediante o sistema de eleições onde participa na condição de candidato ou de eleitor. E também tem o direito de votar nos plebiscitos e nos referendos, bem como participar do processo legislativo por meio da iniciativa popular, além de organizar e participar de partidos políticos.

Quando os cidadãos cumprem com o seu dever, votando com consciência, responsabilidade e compromisso, visando à construção de uma sociedade justa, e o candidato eleito usa o seu mandato para promover ações visando o interesse público, o resultado se reflete na prestação de serviços públicos de qualidade.

Basta fazer um passeio pelo Brasil para ver viadutos caindo antes da inauguração, obras abandonadas ou sendo refeitas, gastos desnecessários em obras que não servirão à população (os chamados elefantes brancos), além dos desvios de dinheiro público, quase sempre noticiados.
É fundamental que o eleitor saiba que geralmente os candidatos só aparecem de quatro em quatro anos. Que tenha em mente a noção da força do seu voto. E que essa é a hora de expurgar, nas urnas, os péssimos políticos e os aproveitadores.

Por tudo isso, é importante que os formadores de opinião intensifiquem um trabalho de conscientização junto ao eleitorado menos esclarecido, pois a negociação do voto tem graves consequências: acaba condenando o eleitor, sua família e sua comunidade a ficar sem saúde, segurança pública, saneamento básico, educação e demais serviços públicos, beneficiando somente o político enganador, que estará apenas interessado em recuperar o dinheiro que gastou para se eleger, e enriquecer.

*O autor é Auditor fiscal e professor*

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