PF cumpre mais 5 mandados de busca em Manaus e Porto Velho contra esquema de crédito de carbono

Após primeira fase da operação Greenwashing da Polícia Federal, suspeitos tentaram repassar patrimônios a terceiros

 

DEAMAZÔNIA MANAUS, AM – A Polícia Federal deflagrou , nesta terça-feira (13/8), a segunda fase da operação Greenwashing, com o cumprimento de cinco mandados de busca e apreensão, nas cidades de Manaus/AM e Porto Velho/RO.  A ação desarticula esquema de  venda ilegal de crédito de carbono para multinacionais, com apropriação criminosa de terras públicas da União no interior do Amazonas.

Essa segunda fase diz respeito aos investigados que têm bens bloqueados e que, no entanto, escondem e dissimulam os valores em nome de terceiros, o que caracteriza lavagem de dinheiro.

Na investigação, foi comprovado que os investigados haviam adquirido apartamentos na planta, avaliados em R$ 15 milhões, e após o início da primeira fase da operação solicitaram a constituição contratual do depósito em contas de terceiros.

A segunda fase da operação busca apurar novos elementos, outras negociações ocultas e crimes cometidos.

A operação tem como objetivo desarticular organização criminosa suspeita de vender cerca de R$ 180 milhões em crédito de carbono de áreas da União invadidas ilegalmente.

Operação Greenwashing

A operação da PF iniciou no dia 5 de junho.

A investigação revelou um esquema de fraudes fundiárias que se estendeu por mais de uma década e foi iniciado em Lábrea/AM, envolvendo a duplicação e falsificação de títulos de propriedade. Essas fraudes resultaram na apropriação ilegal de cerca de 538 mil hectares de terras públicas.

Entre 2016 e 2018, a organização criminosa expandiu suas atividades ilícitas, reutilizando títulos de propriedade e inserindo dados falsos no Sistema de Gestão Fundiária (SIGEF), com a colaboração de servidores públicos e responsáveis técnicos.

Nos últimos três anos, uma nova expansão das atividades ilícitas do grupo ocorreu na região de Apuí/AM e Nova Aripuanã/AM. As irregularidades identificadas incluem a emissão de certidões ideologicamente falsas por servidor da Secretaria de Terras do Estado do Amazonas (SECT/AM), a sobreposição de registros e a apropriação indevida de terras públicas.

Entre as atividades ilegais identificadas estão a exploração florestal e a pecuária em áreas protegidas, incluindo a criação de gado “fantasma” para atender áreas com restrições ambientais, a venda de créditos virtuais de madeira e a obtenção de licenças ambientais fraudulentas.

De acordo com as investigações, foram explorados ilegalmente mais de um milhão de metros cúbicos de madeira em tora, gerando um dano ambiental estimado em R$ 606 milhões. A operação também revelou que a organização obteve cerca de R$ 820 milhões em terras griladas.

Denúncias anônimas sobre os crimes em investigação podem ser encaminhadas por meio do canal https://forms.office.com/r/UBmPaNbDxM. A PF garante o sigilo absoluto e a proteção da identidade do denunciante.

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