Seca no Amazonas: mais de 100 botos já foram encontrados mortos, aponta Instituto Mamirauá

Somente na quinta-feira (28) foram encontrados mortos 70 botos cor-de-rosa e tucuxis no Lago Tefé (AM)

Pesquisadores afirmam ter localizado pelo menos 110 botos mortos em lago de Tefé, no Amazonas (FOTO: ANDRÉ ZUMARK/INSTITUTO MAMIRAUÁ)

DEAMAZÔNIA MANAUS, AM – Em meio à extrema seca que afeta a região amazônica, já foram encontrados ao menos 110 botos cor-de-rosa e tucuxis mortos, até esta sexta-feira (29), em lagos do estado Amazonas. A causa será investigada, mas pesquisadores suspeitam de ligação com seca e alta temperaturas.

Os botos foram encontrados, principalmente, às margens do Rio Tefé, no Amazonas. Somente na quinta-feira (28) foram encontrados mortos 70 botos cor-de-rosa e tucuxis, no lago. O lago do Piranha, no município de Manacapuru, também registrou morte de botos e peixes.

A informação é do Grupo de Pesquisa em Mamíferos Aquáticos Amazônicos do Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá. Os dados foram divulgados pela ONG WWF Brasil.

Não são apenas os botos que sofrem. Diversas publicações nas redes sociais mostram grandes quantidades de peixes mortos nos rios amazonenses.

Morte de peixes no Lago do Piranha, em Manacapuru

O Instituto Mamirauá informou que vem tentando transferir os botos cor-de-rosa e tucuxis ainda vivos em poças rasas para locais com profundidade mínima para sua sobrevivência.

 “O primeiro esforço é retirar os corpos dos animais mortos da água, mas com o grande número de animais mortos se tornou impossível. O translado dos botos vivos para outros rios não é seguro, pois além da qualidade da água é preciso verificar se há alguma toxina ou vírus. Estamos mobilizando parceiros para coleta e análise e outras instituições que possuem expertise em resgate de animais”, ressalta André Coelho do Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá”, em comunicado emitido pela WWF Brasil e o Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá.

Medições feitas na água revelaram que a temperatura chegou a 40°C em uma profundidade de três metros do Lago Tefé, localidade onde os animais estão morrendo. Até então, a temperatura média histórica mais alta era de 32°C.

A região amazônica passa pela segunda maior seca em 13 anos, segundo o Inpa.

SECA DOS RIOS                                                                      

Uma seca extrema atinge a região amazônica, em especial o estado do Amazonas que entrou em Situação de Emergência e instalou um comitê de crise para conter os impactos.

O auge da seca é esperado no mês de outubro. A situação preocupa, pois, a Amazônia ainda vive o início da estação seca do bioma.

A seca deste ano na Amazônia vem sendo impulsionada pelo El NIño e pelo aquecimento das águas do Atlântico Norte. Com o El Niño, padrão climático formado a partir do aquecimento das águas do Oceano Pacífico Equatorial, são esperadas menos chuvas e aumento das temperaturas em parte das regiões Norte e Nordeste do Brasil.

De outro, o oceano Atlântico Norte vem passando por um processo de aquecimento “sem precedentes”, contribuindo para trazer ar quente para a Amazônia e dificultar a ocorrência de chuvas.

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