Omar rebate Pacheco por repreender Lula sobre mortes em Gaza e pede posição do Senado

Senador cobrou posicionamento do Senado: “me tipifique o que é matar 30 mil inocentes?”

Senador Omar Aziz

 

 

BRASÍLIA – O senador Omar Aziz (PSD-AM) cobrou, nesta terça-feira (20/2), um posicionamento do Senado Federal sobre o massacre de palestinos na Faixa de Gaza, após o presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco, pedir que o presidente Lula faça uma retratação por comparar os ataques de Israel contra Gaza ao Holocausto.

“Vossa excelência (Rodrigo Pacheco), me tipifique o que está acontecendo lá com a morte de crianças e mulheres e até agora quantos terroristas – porque são terroristas -, quantos terroristas do Hamas foram mortos ou presos pelo Estado de Israel? Não confunda o povo Judeu com esse governo de direita”, afirmou.

O senador do Amazonas é filho de Muhamad Aziz, palestino que veio para o Brasil em 1957 ao fugir da Nakba, conflito entre palestinos e israelenses no Oriente Médio, que deu início à criação do Estado de Israel.

“Morreram 700 mil pessoas na pandemia no Brasil e eu não vi nem uma histeria na internet, por parte da direita, por parte de alguns, nem por parte desta Casa. Me tipifique o que é matar 30 mil inocentes?”, completou Aziz.

Em Gaza, a guerra já matou mais de 29 mil pessoas, informou o Ministério da Saúde do país, nesta terça-feira (20). Mais de 70% das vítimas, segundo a ONU (Organização das Nações Unidas), são mulheres e crianças.

“Não tem que se comparar, realmente, com o Holocausto, é impossível. O presidente Lula nunca abraçou deputada nazista neta de ministro. E a direita quietinha”, reforçou o senador.

Omar Aziz se referiu ao encontro do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) com a deputada Beatrix von Storch, líder da ultradireita alemã, em 2021. Ela é neta do ministro das Finanças de Adolf Hitler, Lutz Graf Schwerin von Krosigk.

O presidente do Senado defendeu uma retração do presidente Lula e chamou de “equivocada” e “inapropriada” a declaração do petista ao comparar os ataques de Israel ao Holocausto, durante a Segunda Guerra Mundial.

“Ainda que a reação perpetrada pelo governo de Israel venha a ser considerada indiscriminada e desproporcional, não há como estabelecer um comparativo com a perseguição sofrida pelo povo judeu no nazismo”, disse Pacheco.

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