Deputado Eduardo PazuelIo curte flutuante no Tarumã, em Manaus
Ex-ministro da Saúde, que mandou cloroquina em vez de oxigênio para Manaus, apreciava fim de semana
DEAMAZÔNIA MANAUS, AM – O ex-ministro da Saúde do governo Bolsonaro e atual deputado federal pelo Rio, Eduardo Pazuello (PL), passou o domingo (4/2), em Manaus, aproveitando as belezas do lago do Tarumã, num flutuante.
Descontraído, o ex ministro estava com a família e amigos.
Pazuello foi nomeado ministro da Saúde depois que Bolsonaro exonerou Luiz Henrique Mandeta, médico que pretendia seguir orientações de cientistas sobre a condução da pandemia.
No colapso do sistema de saúde, em Manaus, em janeiro de 2021, Pazuello comandou uma comitiva orientando a capital e prefeitos do interior do Amazonas a prescreverem o ‘kit Covid’, como tratamento precoce, uma abordagem negacionista do combate à doença.
Além de promover a cloroquina, o ex-ministro da Saúde ignorou o socorro de Manaus por oxigênio, onde dezenas de pessoas morreram por sufocamento.
Estudo do Biomedicine & Pharmacotherapy publicado em janeiro, deste ano, aponta que a cloroquina foi responsável pela morte de 17 mil pessoas em seis países, pesquisados.
O ex-ministro da Saúde já afirmou em outras ocasiões que não tinha sido avisado da crise do oxigênio na capital amazonense, o que foi contestado pela Advocacia Geral da União (AGU).
INVESTIGAÇÃO
Em julho de 2023, o ministro Gilmar Mendes mandou desarquivar investigação sobre omissão e irregularidade da gestão de Bolsonaro na pandemia, anulando decisão da Justiça Federal de Brasília.
Gilmar Mendes considerou que o arquivamento foi irregular porque os fatos envolviam Pazuello, que, após ter assumido mandato de deputado, tem foro privilegiado no STF.
As investigações começaram na primeira instância a partir das apurações feitas pela CPI da Pandemia.
O relatório final da CPI da COVID, presidida pelo senador Omar Aziz, concluiu que o ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, teria cometido cinco crimes: causar epidemia com resultado em morte, emprego irregular de verbas públicas, prevaricação, comunicação falsa de crime, todos do Código Penal Brasileiro, além de crimes contra a humanidade, nas modalidades extermínio, perseguição e outros atos desumanos.