Operação da PF mira ‘Kids Pretos’ e prende ex-comandante no CMA, Hélio Ferreira Lima, por trama para matar Lula

Ex-comandante da 3ª Companhia de Forças Especiais de Manaus está entre os presos por ser um dos militares que tramava matar Lula, Alckmin e ministro Alexandre de Moraes

Tenente-coronel Hélio Ferreira Lima, ex-comandante da 3ª Companhia de Forças Especiais de Manaus do Comando Militar da Amazônia (CMA)

 

DEAMAZÔNIA MANAUS, AM – O tenente-coronel Hélio Ferreira Lima, ex-comandante da 3ª Companhia de Forças Especiais de Manaus do Comando Militar da Amazônia (CMA), foi preso na manhã desta terça-feira (19), acusado de participar de um esquema com um general e mais três tenente coronéis para matar o presidente Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.

O tenente-coronel Hélio Ferreira Lima já havia sido alvo de outra operação da Polícia Federal, em fevereiro deste ano, em investigação de golpe de Estado, do dia 08 de janeiro, como um dos integrantes para tentar impedir a posse do presidente Lula. Em fevereiro ele foi destituído do cargo.

Além do Amazonas, a operação da PF está sendo cumprida no Rio de Janeiro, Goiás e Distrito Federal. O Exercito acompanhou a operação.

Foram presos na operação da PF o general da reserva, Mario Fernandes, e os tenentes-coronéis Rafael Martins de Oliveira e Rodrigo Bezerra de Azevedo.

Um policial federal também foi preso. Trata-se de Wladimir Matos Soares.

Policiais federais cumprem cinco mandados de prisão preventiva, três mandados de busca e apreensão e 15 medidas cautelares diversas da prisão, que incluem a proibição de manter contato com os demais investigados, a proibição de se ausentar do país, com entrega de passaportes no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, e a suspensão do exercício de funções públicas.

Mario Fernandes foi secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência durante o governo Jair Bolsonaro. Ele também foi assessor do deputado federal Eduardo Pazuello (PL-RJ),  ex ministro da Saúde, mas deixou o cargo por decisão do STF.

INVESTIGAÇÕES

As investigações apontam que a organização criminosa se utilizou de elevado nível de conhecimento técnico-militar para planejar, coordenar e executar ações ilícitas nos meses de novembro e dezembro de 2022. Os investigados são, em sua maioria, militares com formação em Forças Especiais (FE).

Entre essas ações, foi identificada a existência de um detalhado planejamento operacional, denominado “Punhal Verde e Amarelo”, que seria executado no dia 15 de dezembro de 2022.

Ainda estavam nos planos do grupo de militares estava a prisão e morte de Moraes, caso o Golpe de Estado fosse consumado.

O planejamento elaborado pelos investigados detalhava os recursos humanos e bélicos necessários para o desencadeamento das ações, com uso de técnicas operacionais militares avançadas, além de posterior instituição de um “Gabinete Institucional de Gestão de Crise”, a ser integrado pelos próprios investigados para o gerenciamento de conflitos institucionais originados em decorrência das ações.

Os fatos investigados nesta fase da investigação configuram, em tese, os crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, Golpe de Estado e organização criminosa.

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