Criminoso que filmou execução de meninas de 14 anos, em Manaus, é condenado a 34 anos de prisão
Adolescentes foram torturadas e assassinadas na orla do bairro Educandos, em 2020
DEAMAZÔNIA MANAUS, AM – O Tribunal do Júri de Manaus, condenou a 34 anos de reclusão, em regime fechado, Ericsson de Lira Reis, conhecido como “Chico Lio”, pelo assassinato, com requintes de crueldade, das adolescentes de 14 anos, Sigrid Libório de Santana e Thayssa Kerolainy da Silva Azevedo.
O crime ocorreu no dia 06 de fevereiro de 2020, na orla do bairro Educandos, Zona Sul da capital.
O Tribunal do Júri ocorreu no dia 26 de novembro, da semana passada, em sessão realizada no Fórum Henock Reis.
As adolescentes foram abordadas em frente a uma residência por Chico Lio, e comparsas sob a suspeita de ligação com uma facção criminosa rival.
Levadas para uma casa abandonada, as meninas foram torturadas e executadas com disparos de arma de fogo. Laudos necroscópicos e vídeos que circularam nas redes sociais confirmaram a brutalidade dos crimes, gerando grande comoção.
O JULGAMENTO
O promotor de Justiça, Flávio Mota Morais Silveira que atuou no julgamento sustentou a acusação de homicídio com as qualificadoras do motivo torpe, emprego de tortura e recurso que dificultou a defesa das vítimas. A defesa tentou desqualificar as provas e negar a autoria do réu, mas os jurados, por maioria, acolheram a tese da acusação.
O réu foi condenado a 17 anos de reclusão por cada homicídio, totalizando 34 anos, em regime fechado. Contudo, a Promotoria informou que irá recorrer pedindo o aumento da pena, sob o argumento de que a sentença não levou em consideração todas as peculiaridades do caso, especialmente por se tratar de menores de idade.
PERICULOSIDADE DO RÉU
Além da condenação pelo duplo homicídio, Ericsson de Lira Reis já possui histórico criminal, incluindo uma condenação anterior por tráfico de drogas. Sua ligação com atividades ilícitas e facções criminosas evidencia sua periculosidade e a necessidade de mantê-lo afastado do convívio social.
Chico Lio, responde ao processo em liberdade provisória. Ele não compareceu ao julgamento e encontra-se atualmente foragido. A Promotoria enfatiza que sua captura é essencial para a segurança pública, dada a gravidade dos crimes cometidos e seu perfil criminal violento.
“O caso, que repercutiu nacionalmente, destaca a urgência no combate à violência contra adolescentes em contextos de vulnerabilidade. Situações semelhantes em outras partes do país mostram um padrão preocupante de crimes cometidos contra jovens por facções criminosas. A atuação firme da Justiça busca não só punir os responsáveis, mas também sinalizar que tais crimes, afirmou o promotor de Justiça, Flávio Mota Morais Silveira.
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