Presidente da CPI das ONGs tem casa ilegal em reserva ambiental de Manaus
Incra confirma irregularidade e afirma que por se tratarem de terras públicas, não existem lotes à venda no local
DEAMAZÔNIA MANAUS, AM – O senador Plínio Valério (PSDB-AM), presidente da CPI das ONGs, mantém uma casa de veraneio, de forma ilegal, dentro da Reserva de Desenvolvimento Sustentável Tupé, nas margens do Rio Negro, em Manaus.
A informação foi publicada pelo site De Olho nos Ruralistas, nesta terça-feira (5).
Segundo a matéria, o senador do Amazonas possui, há pelo menos 13 anos, a propriedade irregular.
A casa e o terreno constam nas declarações de Plínio Valério ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
A reserva ambiental do Tupé tem 11.973 hectares e está inserida na gleba federal Cuieiras-Tarumã.
Conforme o De Olhos nos Ruralistas, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) afirmou que por se tratarem de terras públicas, não existem lotes à venda. Ou seja, qualquer propriedade na área, que não seja de pessoas da comunidade, é considerada ilegal.
Ao site, a Secretaria do Meio Ambiente e Sustentabilidade de Manaus (Semmas) também confirmou as irregularidades cometidas pelo presidente da CPI das ongs.
“É ilegal a aquisição de terras no interior da reserva por terceiros, pessoas que não são da comunidade”, respondeu a Semmas ao De Olho nos Ruralistas por mensagem de e-mail.
Na semana passada, veio a público que o senador Plínio Valério apresentou cinco pedidos de pesquisas para explorar ouro em áreas preservadas da Amazônia, inclusive em terras indígenas e reservas ambientais.
PLÍNIO E A CPI
Há cerca de quatro anos e meio, o senador Plínio Valério (PSDB-AM) tentava instaurar a CPI das ONGs no Senado. Em muitas ocasiões, ele criticou a atuação das organizações do terceiro setor que possuem projetos na Amazônia.
Segundo ele, as ONGs se utilizam da maior parte dos recursos recebidos em benefício próprio. Plínio é apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro, a favor do impeachment do ministro do STF Alexandre de Moraes e votou contra a intervenção federal após os atos antidemocráticos no Congresso, no início de janeiro de 2023.