Nascido em Belém, suboficial da Marinha deve ser o 1º militar expulso pelo 8 de janeiro
Militar da reserva da Marinha, Marco Antônio Caldas, foi condenado a 14 anos de prisão, em decisão definitiva no STF
Da Redação
DEAMAZÔNIA BELÉM, PA – O suboficial da Marinha, Marco Antônio Braga Caldas, foi sentenciado a 14 anos de prisão, em condenação definitiva, pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, por sua participação nos ataques antidemocráticos ocorridos em 8 de janeiro de 2023.
A decisão saiu no dia 12 de dezembro que passou. O militar ainda sofreu bloqueio de bens e valores, que segundo o STF, seria para compensar os prejuízos ao patrimônio público.
Caldas deve ser o primeiro militar a ser expulso das Forças Armadas, por participação da trama golpista e depredação aos órgãos públicos.
O artigo 102, do Código Pena Militar, diz que “a condenação de praça a pena privativa de liberdade, por tempo superior a dois anos, importa sua exclusão das forças armadas”.
A condenação incluiu abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de estado, dano qualificado, deterioração de patrimônio tombado e associação criminosa armada.
Marco Antônio Caldas é natural de Belém, do Pará, mas após entrar para a reserva em 2021 [ depois de 27 anos na Marinha] decidiu não voltar para a sua terra natal e foi morar em Piçarras, Santa Catarina, com a família.
O suboficial tinha uma vida tranquila, ganhando R$ 13 mil de salário mensal, até decidir participar das manifestações, em Brasília, numa viagem de ônibus sem custo para ele.
Ao chegar ao Distrito Federal, Caldas foi para o acampamento da militância bolsonarista, em frente ao quartel do Exército, que protestava contra a derrota de Jair Bolsonaro, nas eleições 2022.
Durante a marcha golpista, até a esplanada dos Ministérios, o militar ainda gravou vídeos e publicou nas redes sociais.
“Para dizer definitivamente não ao comunismo. Não à chapa Lula e Alckmin, a nulidade desta chapa e a intervenção federal”, afirmou em um dos vídeo.
O marinheiro foi preso dentro do Palácio Planalto, quando foi levado para a Papuda.
VERSÃO DA DEFESA
A defesa do paraense apresentou ao STF a versão de que Caldas ‘chegou a Brasília no momento em que a manifestação estava prestes a iniciar, sem ter estabelecido contato com terceiros ou ter participado de qualquer reunião ou agremiação”.
E a defesa do militar continuou: “é relevante destacar que o réu se deslocou a Brasília com a única finalidade de se manifestar de maneira pacífica em defesa da democracia e como expressão e descontentamento diante do cenário político”.
Marco Antônio Braga Caldas se denomina conservador, patriota e preso político.