Acampamento em frente ao CMA, em Manaus, durou 70 dias e foi autorizado por Bolsonaro

Em delação, Mauro Cid confirmou que acampamentos, em frente aos quartéis no país, foram autorizados por Bolsonaro e que protestos faziam parte da trama para golpe de estado; VÍDEOS

Apoiadores do ex-presidente Bolsonaro acamparam por mais de dois meses em frente ao Comando Militar da Amazônia, em Manaus

 

DEAMAZÔNIA MANAUS, AM – O tenente-coronel, Mauro Cid, disse em depoimento a Polícia Federal, que partiu do então presidente Jair Bolsonaro uma ordem para que as Forças Armadas permitissem que apoiadores permanecessem acampados em frente aos quarteis do Exército no país, a fim de promover uma convulsão social e pressionar os militares por um golpe de Estado.

Os vídeos da delação premiada de Cid, ex-ajudante de Ordens de Bolsonaro, foram tornados públicos ontem (20/2), após o ministro do Supremo, Alexandre de Moraes, retirar o sigilo do depoimento.

Em Manaus, bolsonaristas acamparam por 70 dias em frente ao quartel do CMA (Comando Militar da Amazônia). Por ordem da Justiça Federal, a PM desmontou o acampamento no dia 9 de janeiro, um dia após a tentativa de golpe, em Brasília.

“Os comandante das três Forças Armadas assinaram uma nota autorizando a permanência dos apoiadores na frente dos quarteis, por ordem do presidente Bolsonaro”, disse  Mauro Cid, no depoimento.

Ainda segundo Cid, Bolsonaro sempre dava esperança as pessoas em frente aos quarteis de que algo poderia acontecer, para convencer as Forças Armadas e justificar a intervenção militar.

O ex-ajudante de ordens disse ainda que o general Braga Neto, e ministro de governo e ex-vice na chapa de Bolsonaro, é quem mantinha a articulação com os quarteis e liderava o esquema para assassinar o presidente Lula.

“Braga Neto mantinha contato entre os manifestantes acampados na frente dos quarteis “, disse Cid.

Na trama golpista, que também envolvia os ‘kids pretos’, estava o coronel Hélio Ferreira Lima, que era comandante da 3º Companhia de Forças Especiais, unidade do CMA, em Manaus. Ele participava de reuniões com Braga Neto, em Brasília e integrava o núcleo mais radical da trama.

Braga Neto e Hélio Ferreira Lima e outros oficiais de alta patente, estão presos desde 14 de dezembro, sob acusação de golpe de estado.

O papel dos ‘kids pretos’ no golpe era manipular, vigiar e matar, segundo investigação da PF, que culminou com a prisão deles.

 

 

 

 

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